segunda-feira, 30 de abril de 2007

O Artur Jorge simpático

Os piores "maus líderes" são aqueles que disfarçam por mais tempo a sua mediocridade.
Bons exemplos: Guterres na política e Fernando Santos no futebol.
Humanistas, humildes, católicos, são, em suma, aquilo a que se costuma chamar "bons homens". E em Portugal adora-se um "bom homem". E essa capa cobre as suas lacunas, as suas más decisões, a sua mediocridade, até ao insustentável. Mas neste caminho de lento descobrimento, estes líderes vão arrastando bons elementos e boas equipas para a mediania, afectando os resultados. E quando a capa de "bom homem" subsiste não é o líder que se pôe em causa, já é a equipa. O "bom homem" não tem culpa, faz o que pode. Precisa de melhores elementos.
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Fernando Santos, um "bom homem", tem o condão de aguentar as suas equipas em condições de vencer quase até ao fim. Fê-lo no segundo ano no Porto, no Sporting e agora no Benfica.
Vai disfarçando a sua incapacidade, até perder tudo. E nesse caminho, os seus jogadores pioram, perdem confiança, regridem.
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O pior é que já se pôe a equipa em causa. "Faltam mais e melhores jogadores", diz-se por aí. "Não se esforçam", reclama-se.
Se Fernando Santos continuar, lá vão todos perceber para o ano que afinal o "bom homem" é um mau treinador. Mas nesse caminho, há bons jogadores que vão sair, outros que vão piorar, e destrói-se uma equipa.
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O Fernando Santos não passa de um Artur Jorge simpático. Eu passo bem sem outro Artur Jorge. Principalmente se for simpático.

domingo, 29 de abril de 2007

Porto campeão por falta de comparência

Chegou a ser aflitivo o derby lisboeta, especialmente na segunda-parte, onde ambas as equipas demonstraram uma falta de capacidade física, técnica e táctica perfeitamente inaceitável para quem poderia ainda chegar ao título.
O Porto está na mesma, mas está à frente. E assim vai terminar o campeonato, com os três grandes liderados por treinadores medianos. São capazes de pôr uma equipa a jogar futebol, sim, mas são todos incapazes de mexer num jogo, de rodar um plantel, de tornar os seus jogadores melhores, de alterar uma táctica em função do adversário.
Jesualdo não é melhor que Bento ou Santos, mas tem melhor plantel. E contou com a falta de comparência dos seus rivais de Lisboa no jogo que hoje poderia relançar um campeonato.
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Espero apenas que Vieira seja racional após o final de Campeonato: o 3º lugar merece despedimento. E com justíssima causa.

sexta-feira, 27 de abril de 2007

Benfica-Sporting: o curto e o médio prazo

Perspectiva emocional: ganhar, ganhar, ganhar.
Perspectiva racional: perder.

quarta-feira, 25 de abril de 2007

]Liberdade[























Inspirado neste "mosaico" do Arrastão

domingo, 22 de abril de 2007

Karts

O karting consiste numa actividade onde uma dezena de gajos pagam uma soma obscena para se armarem em Fittipaldis.
Mas para mim, andar de kart tem vários problemas:

- não há rádio, e eu gosto de conduzir a ouvir uma musiquinha. Para além disso, não se ouve o trânsito e eu nunca sei se é melhor ir pela curva do chapéu de sol ou pela recta dos pneus;
- não há sinalização na estrada, porque se houvesse aqueles putos nunca me teriam ultrapassado, dado que dentro das localidades não se pode andar a mais de 60 à hora (limite que respeitei durante toda a prova);
- os tipos que nos fazem o briefing nunca têm mais de 4 dentes. E eu não consigo de pensar nisso durante a prova e, lá está, perco a concentração;
- o kart não é um carro familiar. E eu já não sei conduzir sem uma cadeira de bébé atrás, e a caixa do carro cheia de sacos do Pingo Doce. Não consigo.

Obviamente que esta minha antipatia para com o karting tem um bocadinho a ver com a idade. De facto, não só ninguém já diz "armado em Fittipaldi", como ninguém com menos de 50 anos saberá quem foi o Fittipaldi.

Mas o pior, mesmo o pior dos karts, são as dores nos braços e nas omoplatas no dia a seguir. São dores quase mais agonizantes do que as da alma quando se ouvem as declarações do Fernando Santos.

quarta-feira, 18 de abril de 2007

You understand for a portuguese prime-minister its all that a... in my own country all I can say in a foreign language here in Lisbon




via Insurgente

O futuro por um canudo

Os pais querem que os seus filhos sejam licenciados. Os putos não querem que os pais os chateiem. E também não se querem chatear a estudar. Assim, escolhem Universidades com provas de admissão "cagativas". "Tipo" com uma entrevista, e com uma "cena" "tipo" para escrever sobre uma "cena" que tenha a ver com o curso. E o curso que os putos escolhem é um curso "bué da fixe". "Tipo" uma "cena" que tenha a ver com jornalismo ou comunicação, "cenas" audiovisuais, "tás a ver"?
E os putos convencem os pais que essas "cenas" audiovisuais é que "tão a dar", porque dá para um dia aparecerem na tv.
E os pais tudo bem, porque querem é que os filhos sejam "doutores" para fazer pirraça aos amigos.
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E os putos lá saem licenciados de uma "cena" audiovisual ou do ambiente, e lá começam a bater com o nariz na porta das empresas que não precisam para nada de licenciados em "cenas fixes".
E os pais ficam tristes e os putos revoltados.
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Os pais acham que o futuro dos filhos passa por um canudo. Quando é um canudo numa Universidade "cagativa" e com "cursos fixes", tem pelo menos uma utilidade: serve para os putos verem o seu futuro.

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Ainda há coisas com que não se brinca

Hoje, in A BOLA, Paulo Sousa "ataca" a estratégia e a postura do Benfica no jogo que lhe custou a eliminação da Taça UEFA. Diz Sousa que não foi só azar, foi sobretudo...falta de organização. Acho que tem razão o próximo treinador do Benfica.
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in Bola na Área

Olha para mim (3)

A special one of The Special One

domingo, 15 de abril de 2007

Mudança

A casa já está habitável. Ainda há por aqui um ou outro caixote, os livros já estão nas estantes, mas ainda não arrumados, ainda não estão ligadas umas quantas coisas (scanner, impressora and so on) e falta ainda o sofá (que deverá chegar em Maio).
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Tenho as mãos com umas bolhas, gentileza do Sr. IKEA, e os braços e pernas cansadas de tanto caixote que levei para a arrecadação. É nestas alturas que penso se valerá mesmo a pena manter as colecções completas da K e da Grande Reportagem - mas cedo confirmo a "utilidade" das mesas - e um sem número de revistas de viagens (estas sim, qualquer dia vão para reciclar).
Falta levar um serviço de loiça, que já pensei em partir. Estou só a tentar discernir o que é que dá menos trabalho: partir, varrer, meter para um caixote e levar ao lixo, ou agarrar na porcaria do caixote e levá-lo para baixo. Por um lado, a primeira hipótese dava mais gozo, mas enfim.
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Há 2 anos que não numerava CDs e DVDs, por isso não sabia a quantas andava. Tenho menos CDs e mais DVDs do que previa. O problemas com os DVDs são as caixas - a do Alien, por exemplo, que é linda!, tem para aí 3 metros de largura - que ocupam o lugar de uns quantos filmes. Quanto voltar em força ao reforço da minha colecção de Jazz - que é modestissima - tenho que reforçar a estante (que a minha mulher não saiba disto - ela achou um disparate eu ter comprado 7 torres Benno, mas o que é certo é que estão praticamente cheias).
Poderei aderir aos downloads, mas é dificil. As caixinhas já fazem parte da minha vida. E com o Pandora - essa criação maravilhosa - já tenho dezenas de CDs para comprar, de bandas que nunca tinha ouvido sequer falar.
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Neste fim de fim-de-semana sinto-me como um guerreiro a descansar de uma batalha violenta mas vitoriosa.
Seguem-se os tempos de paz. Que o sol continue a iluminar a minha varanda.

quinta-feira, 12 de abril de 2007

IKEA

O Sr. IKEA é um granda palhaço. Para já, arranjou uma maneira de nós gostarmos de pagar para ser fiéis de armazém e montadores de móveis.
Depois, a merda das instruções faz com que tudo pareça fazer-se em 5 minutos.
O catano, oh palhaço! Demorei umas 3 horas a montar um móvel para a televisão e sobraram-me 6 (seis!) parafusos! Onde é que meto estes parafusos, pá? Dizes-me? É que naquelas instruções bonitinhas, arrumadinhas, completamente escandinavas, não falam nada sobre a merda dos parafusos, pá! E se a minha TV cai? Pior, se a TV cai logo quando estiver a dar o Benfica? Perco o Santos a dizer " a equipa desuniu-se, não estava ligada, mas não baixamos os braços". Dizes-me oh Sr. IKEA?
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Bom, agoro tenho que ir, porque tenho que montar o móvel do escritório, que inclui nada mais nada menos do que 7 colunas para CDs. Volto cá prá aí no domingo! E isto se a TV não me cair nos pés.

Mudar de casa

Vou na quarta mudança de casa. Já mudei por boas razões, e por más razões.
Esta mudança foi por uma excelente razão, para uma casa de que ambos gostamos, para um local cheio de sol e com cheiro a mar, e onde talvez passemos grande parte da nossa vida.
Sim, porque o final dos nossos dias já está acertado: limpamos o banco e vamos para o Chiado. Mas até lá, a nova casa promete. Mesmo.

quinta-feira, 5 de abril de 2007

Brilhantismo com tomates



O desencontro de contas

Parece que o Fisco vai começar a congelar pagamentos a fornecedores que tenham dívidas fiscais (via Economia&Finanças).
Nada contra o conceito, que é, aliás, de senso-comum. Qualquer empresa faz encontro de contas com as empresas com que mantém uma dupla relação de cliente/fornecedor.
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O problema em avançar com esta medida tem a ver com o seguinte:
em primeiro lugar o Estado, como cliente, tem um peso enorme na economia nacional, o que gera várias dependências directas e indirectas (o melhor exemplo é o das obras públicas, com dependência directa dos consórcios que ganham as obras, e as dezenas/centenas de sub-empreiteiros que estes contratam). Em segundo lugar, grande parte, se não a maior parte, dos pagamentos que o Estado efectua são a prazos muito mais dilatados do que os usualmente praticados no mercado. Daí que as empresas dependentes dos fornecimentos ao Estado, com os seus atrasos nos pagamentos, acabam por ver as suas tesourarias estranguladas, com as consequentes quebras de compromissos (pagamento a fornecedores, colaboradores e... fisco).
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Esta iniciativa do Fisco tem o mesmo problema ético do da divulgação dos maiores credores fiscais. É uma espécie de "faz o que eu digo não faças o que eu faço", que fica sempre mal a qualquer pessoa, mas que fica muitissimo mal na "maior" pessoa (colectiva) de todas: o Estado.
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Não tenho absolutamente nenhuma dúvida que as dívidas fiscais teriam uma franca redução se o Estado pagasse a horas. Seria bom que começassem por aí.

segunda-feira, 2 de abril de 2007

O falhanço do Estado Social: Saúde

Reza a Constituição que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) deverá ser "universal e geral" e "tendencialmente gratuito".
Com este Governo, o SNS tem sido "tendencialmente pago", quer pelo aumento de impostos (e recorde-se que o Ministério da Saúde absorve quase 20% do total da despesa corrente do Estado), quer pelo aumento do preço dos serviços (taxas moderadoras e, agora, internamentos).
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Esta "dupla tributação" diminui fortemente a capacidade financeira da maioria das pessoas, dificultando-lhes (ou mesmo impossibilitando-lhes) a hipótese de optar por um sistema privado de saúde.
Consequência: sobrecarga do SNS - em especial nos grandes centros urbanos - com a inevitável quebra nos níveis de atendimento, reflectida, por exemplo, nas já tristemente célebres (mas com este Governo estranhamente "esquecidas") listas de espera da saúde. Logo, o SNS não é de facto "universal e geral", dada a sua incapacidade de acudir em tempo e com qualidade a muitas situações, incapacidade essa que assume maior gravidade nas regiões onde se está a descontinuar uma série de unidades.
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O SNS é, assim, pago à "cabeça" (através dos impostos) e por cada serviço, e não presta um serviço (mínimo) de qualidade. Afirmar que o SNS é um falhanço é dizer pouco.
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Alternativa?
Redução de impostos, permitindo a muitas pessoas escolher sistemas privados de saúde. Este aumento na procura de serviços de saúde estimularia a oferta, passando operadores privados a ter mais oferta e mais diversificada, prestando serviços que até agora são apenas prestados pelo SNS.
Este desvio de pessoas para o Sector Privado, libertaria o SNS para prestar um melhor serviço a quem cujo nível de rendimento não lhe confere outra hipótese se não recorrer ao serviço público, e para quem o SNS poderia ser de facto "tendencialmente gratuito".
Para as restantes pessoas, o SNS praticaria preços ajustados aos custos, que estas suportariam caso a caso, ou através de seguros de saúde ou esquemas similares.
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O maior problema de Portugal resume-se em duas palavras: Estado Social.
Perceber isto, é o primeiro passo para o nosso desenvolvimento.