sexta-feira, 4 de maio de 2007

O caminho penoso de Marques Mendes

Só com muita boa vontade - como a de Paulo Gorjão - se poderá afirmar que Marques Mendes tem alguma coisa a ganhar com a decisão que tomou relativamente à Câmara de Lisboa.
Um caminho penoso espera-o:
  • Encontrar um candidato com um mínimo de credibilidade e um máximo de espirito de sacrificio (ou melhor dizendo, de masoquismo) é tarefa que parece impossível. Ainda que o consiga, perderá sempre as eleições;
  • Carmona sente-se atraiçoado, e não tem absolutamente mais nada a perder. Se decidir falar, e forçar a nota do independente crucificado pela máquina partidária, Mendes passará um mau bocado. E que será bastante agravado caso Carmona não seja acusado;
  • As eleições darão palco mediático a Paulo Portas, que não perderá esta oportunidade de transformar as atitudes de Mendes em "trapalhadas", ganhando território ao PSD;
  • Numa lógica puramente partidária, Mendes nunca será perdoado por entregar de mão beijada ao PS a maior autarquia do País. Menezes vai conquistar mais apoio;
  • PS vai continuar a considerar a decisão de Marques tardia, e mal justificada: é pela má gestão que Carmona deveria ter saído (como Jorge Coelho já argumentou, na Quadratura do Circulo).

Marques Mendes tem, realmente, um caminho penoso pela frente. Veremos se sem saída.

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