quinta-feira, 24 de maio de 2007

Cavaco Silva

Votei em Cavaco Silva para, pela primeira vez, termos um Presidente a exercer o seu cargo sem ter em conta interesses pessoais ou partidários, promovendo um ambiente de cooperação com os outros orgãos de soberania, da forma mais discreta possível.
Em quase tudo, o oposto de Jorge Sampaio, mestre da incontinência verbal, que resultava em muito do seu desconhecimento da realidade governativa e, em certos casos, da realidade, ponto.
No entanto, aquando do triste episódio das caricaturas de Maomé, foi Jorge Sampoio que veio a público relembrar o essencial: que a liberdade de expressão não pode ser colocada em causa.
E é isso o mínimo que eu espero de um Presidente da República: que salvaguarde o essencial.
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A atitude deste Governo, visível em diversos episódios - bem apontados por Paulo Rangel no seu discurso no 25 de Abril - legitima o acordar do velho respeitinho (como lhe chama JPP). E tenho poucas dúvidas que foi este ambiente de respeitinho que legitimou a descisão inqualificável da tal Directora Regional que suspendeu um professor por este ter dito uma graçola.
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Cavaco Silva tem mantido o silêncio sobre tudo. Mas este episódio da suspensão do professor é gravíssimo, porque viola o essencial, pôe em causa a liberdade de expressão.
Daí que o Presidente da República perdeu uma boa oportunidade para não estar calado.

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